Meat Free Monday – 2as Sem Carne

Neste primeiro artigo de 2017 escrevi sobre uma das minhas resoluções de ano novo: fazer uma alimentação mais saudável aderindo ao movimento segundas-feiras sem carne (Meat free Monday).
Já algum tempo que andava com vontade de introduzir refeições com menos proteína animal nas refeições da família, mas vamos ser honestos: é culturalmente um desafio fazer isto! Estamos tão agarrados à ideia de que precisamos de carne ou peixe na refeição que se torna quase impraticável seguir com isto em frente. Mas é um objectivo e achei que serviria um duplo propósito se partilhasse aqui no blog a evolução disto, assim espero manter-me motivada e espero que esta minha experiência sirva de base para ti também.
Há aqui algumas considerações que são necessárias fazer antes de iniciar:
O objectivo não é tornarmos-nos vegetarianos. O objectivo é reduzir a quantidade de carne e peixe que ingerimos e aumentar a quantidade de vegetais, cereais e leguminosas na nossa alimentação diária.
As refeições têm de ser “amigas” das crianças. As minhas filhas são crianças “normais” e odeiam a generalidade dos legumes, o meu marido também. Vai ser arriscado e desafiante conseguir uma refeição que agrade simultaneamente a quem não gosta de grão e feijão, a quem não gosta de cenoura, a quem não gosta de cogumelos, a quem não gosta de brócolos…Bem, estás a imaginar onde quero chegar!
Este plano tem de ser mantido em segredo porque se eles sonham não há quem coma nem uma colherada! Por isso vou começar por refeições “semelhantes” às que já fazemos mas sem carne e sem peixe, e aos poucos vou avançando um pouco mais… E se me perguntarem, eu direi que o peixe ou a carne está lá, bem picadinho, tão bem picadinho que nem se nota!
Não vamos para já excluir os lacticínios, nem os ovos.
Não vamos incluir substitutos como o tofu ou o seitan, a soja granulada ou em pedaços ou outras coisas afins. Porque a ideia é mesmo comer mais vegetais, cereais e leguminosas, mesmo que estejam escondidos e disfarçados.
Por último, as refeições têm de ser suficientemente fáceis e rápidas de fazer, para serem exequíveis de integrar as minhas ementas mensais.
Posto isto, a minha ideia é partilhar contigo a receita que usei e as eventuais alterações que fiz, e também a aprovação que teve junto dos meus comilões. Assim consigo manter um registo do que teve mais aceitação e consigo partilhar contigo o resultado!
Então o primeiro teste é este:

* *

A receita original é daqui e escolhi esta porque este é um tipo de pasta que costumo cozinhar, normalmente com fiambre, bacon, frango ou até salchichas. Pode ser que não deem pela falta da carne!
As alterações que fiz foram estas:
Não usei nenhum caldo de legumes para cozer as massas, usei apenas água.
Usei espargos de conserva porque não é altura dos frescos e adicionei-os já quase no fim da cozedura.
Não usei as malaguetas.
Usei “natas” de soja porque aqui há barrigas intolerantes às natas normais.
Refoguei a cebola com o alho e juntei as ervilhas e os cogumelos ao refogado.
Deixo-te a receita também porque alterei a quantidade dos ingredientes:

E como correu?
Correu bem. Eu gostei bastante, a raspa do limão torna-o fresco e de certa forma leve. 1 voto a favor!
A mais velha gostou bastante. 1 voto a favor!
A do meio notou o sabor do limão, fez-se um pouco esquisita na primeira impressão, depois disse que era bom, comeu sem fitas, mas não comeu mais do que o normal, nem com mais entusiasmo – 1 voto neutro.
A mais nova não estranhou o sabor, comeu como sempre come, foi como se fosse uma refeição normal – 1 voto a favor!
O marido comeu, reclamou que faltava carne, ou peixe, perguntou se podia juntar ao menos atum, comeu bem e repetiu. Não foi uma reação assim tão negativa por isso: 1 voto neutro!
Resumindo:

* *

Em termos práticos é fácil e rápida de fazer. Não é particularmente dispendiosa e se a classifiquei com duas estrelas é apenas porque usei cogumelos frescos e porque os espargos podem encarecer um pouco a receita, especialmente se forem frescos.
Não foi uma experiência a não repetir por isso leva três estrelas de pontuação final, o que a classifica para ingressar nas minhas ementas mensais.
Esta é até daquelas receitas que dá para tirar na cartola nos dias em que me esqueço de descongelar carne ou peixe… Calhando até me vou começar a esquecer mais vezes!
E tu? Estás disposta a tentar? Diz-me como correu!

2017 Ano de Mudança

E chegamos finalmente a 2017!
Diz que 2017 vai ser um bom ano e eu espero mesmo que sim, para mim e para todos.
E claro, com o novo ano é tempo de definirmos objetivos. Podes chamar-lhes resoluções se quiseres, mas eu prefiro objetivos. Porquê?
Porque uma resolução é uma espécie de desejo que gostarias de ver realizado, e precisamente por ter estatuto de desejo é quase impossível de alcançar. Mas a culpa é nossa pela forma como formulamos esta resolução ora vê:
Eu podia ter como resolução de ano novo perder 20 quilos. Mas a verdade é que continuo a ser uma gulosa de primeira que detesta fazer exercício, e isso não mudou com as 12 badaladas! Por isso a minha resolução é fazer uma alimentação mais saudável. Fazer uma alimentação mais saudável pode não levar os 20 quilos, mas estará presente comigo ao longo do ano, nas escolhas que eu fizer, nas refeições que eu preparar, e assim torna-se um objetivo que eu vou concretizando decisão a decisão.
Outra coisa importante quando definimos objetivos é definirmos também o caminho que vamos percorrer para lá chegar. Isto permite-nos ter a clarividência necessária para percorrermos o caminho até chegarmos ao nosso objetivo. Assim, a pergunta que me deves fazer é como é que eu estou a pensar tornar a minha alimentação mais saudável? E isto obriga-me a definir uma estratégia, um plano de ação. E eu respondo-te que quero introduzir refeições vegetarianas ou com baixo teor de proteína animal nas minhas ementas e estendê-las ao resto da família, de forma a reduzirmos gradualmente a quantidade de proteína animal que ingerimos.
É um objetivo, com uma medida de ação concreta, perfeitamente atingível.
Um outro exemplo comum é o do dinheiro. É comum termos como resolução de ano novo poupar “algum” dinheiro ou gastar “menos” dinheiro. Mas não assumimos quanto é que queremos poupar nem como é que vamos conseguir fazer isso por isso chegamos ao fim do ano com tanto ou menos dinheiro do que tínhamos em Janeiro. Agora se decidirmos que todos os meses vamos tirar 50€ do ordenado para um mealheiro ou para outra conta, isso sim é um objetivo bem quantificado. Ao fim do ano são 600€ de poupança com um plano de ação bem definido! Ou jogar no euromilhões só uma vez por semana: 125€, poupar um café por dia 255€…
E é assim que deves pensar as tuas resoluções. Não como mudanças radicais em que te transformas naquela versão perfeita de ti, mas em pequenos objetivos e ações, ao alcance do teu passo, que te ajudam a ser mais feliz contigo sem te castrar.
E isto das resoluções de ano novo não é um disparate pegado? Sim e não. É se as projetares tão alto que nunca na vida as vais conseguir alcançar. E também é se o teu pico anual de motivação não é agora. E não, não é um disparate aproveitar uma altura em que te sentes motivado para te desafiares a ti próprio a subir mais um degrau, a ir um pouco mais longe, a saíres um pouco da tua zona de conforto e ires mais além. É como apanhar a boleia de uma onda, aproveitas a boa energia para impulsionar uma decisão construtiva e fundamentada.
E como não há nada como dar o exemplo aqui ficam os meus objetivos para 2017

1ºObjetivo – Aderir ao “movimento” 2ª feira sem carne, com o duplo benefício para a nossa saúde e para o ambiente. Mais informação aqui e em português aqui.

Ação – Testar todas as segundas feiras receitas vegetarianas “amigas das crianças e do marido dependente de proteína animal”, introduzir as receitas vencedoras nas ementas mensais.

2º Objetivo – Aprender a fazer meias em tricot (gosto tanto destas!).

* *

Ação: escolher um esquema simples e pequeno (provavelmente para o bebé sobrinho que vem a caminho) e por mãos à obra

* *

3º Objetivo – Fazer o meu primeiro podcast para o blog

Ação – Vencer o medo, definir os conteúdos a abordar, criar o cenário e avançar!

Estes são os meus grandes desafios para 2017. É claro que vou fazer muito mais do que isto, mas sempre dentro da minha zona de conforto, como continuar a escrever aqui ou desenvolver coisas novas para a loja ou dedicar tempo a todos os outros mil projetos que tenho entre mãos. Mas a ideia do novo ano não é fazer uma lista de tarefas nem o top 50 coisas a fazer antes de morrer.
A ideia é o desafio, é o passo à frente, a caixa pelo lado de fora!
Pronta para (re)escrever as tuas resoluções de ano novo? Partilha-as nos comentários!