Este ano prometi a mim mesma que o Carnaval seria mais calmo. É claro que isso passa por perceber com alguns meses de antecedência a que é que as miúdas se querem mascarar. E claro, não entrar em aventuras de fazer um fato igual para mim.
Este ano consegui que a Mafalda escolhece o fato no inicio de Janeiro, depois de acalmar das festas do Natal. Claro que ela ainda estava na onda da Rapunzel e foi essa a escolha dela. Para a Teresa não tinha pensado fazer nada, até porque tinha um fato de palhaço que fiz para a Mafalda com a mesma idade, mas a Mafalda sendo uma verdadeira democrata achou que se eu ia fazer um fato novo para ela tinha de fazer um novo para a irmã. Bonita solidariedade fraterna.
A escolha do Capuchinho Vermelho foi minha embora a Teresa tenha achado a ideia engraçada. Na verdade não me apeteceu fazer mais princesas e percebi que ainda não tinha feito nenhuma personagem de um conto tradicional infantil.
Reunidos os materiais o resto foi mais ou menos de improviso. Engraçado que quanto mais fazemos mais à vontade ficamos para fazer. Desta vez dei por mim a alterar os moldes do vestido da Rapunzel com toda a facilidade e sem hesitar, e mais a achar que a forma como estava sugerido que o fizesse era uma absurda perda de tempo e desnecessariamente complicada!
O fato da Rapunzel é uma versão mais de princesa do que propriamente de inspiração do filme Entrelaçados (Tangled) da Disney. Ainda tentei que as cores fossem mais roxas e menos lilás mas não havia materiais compatíveis por isso teve mesmo de ir assim. O molde original tinha uma sobressaia de organza que eu decidi manter, porque achei que a Mafalda ia gostar assim, embora tenha usado um tule de carnaval com toques dourados. O corpete do vestido foi feito em veludo tipo cristal para ser mais quente e as mangas em cetim pela mesma razão. Pôr atilhos no corpete foi uma agradável surpresa porque pela primeira vez consegui que ficassem perfeitos, mas por alguma razão menos clara, foi também esta a primeira vez que me lembrei de usar um martelo para ajudar no processo!
A trança foi o grande orgulho dela e acho que por ela bastaria a grande trança amarela e as flores para fazer o fato. Pena é que tenha regressado da festa de Carnaval da escola quase toda desfeita. Parecia o meu cabelo quando acordo!
Já o fato da Teresa foi mais por intuição. Para a saia usei o modelo mais simples da saia circular com o elástico sobreposto ao tecido, nada de costuras extras, embora para gastar menos tecido tenha cortado duas peças em vez de uma só. Fiz uma saia de tule vermelho que depois tive de aparar e que acabou por não ter tule suficiente para levantar a saia como eu queria, mas ainda assim ajudou a compor o conjunto.
O capuz foi feito muito por intuição e usei um veludo cristal para o fazer. Tem forro e aperta com laço à frente. O avental ficou um mimo e dá vontade de lho por todos os dias. Para cima não fiz nada, vesti-a com a roupa mais quente que tinha porque por aqui o Carnaval não é para brincadeiras e ainda no dia anterior andamos a brincar na neve! A Teresa é sempre muito solidária quando toca a tirar fotografias e nunca me diz que não, nunca foge e fica sempre nas posições em que lhe peço para ficar, mas quase nunca consigo que ela se ria quando sabe que estamos a tirar fotografias. Por isso este deve ser o capuchinho vermelho quando chega a casa da mãe depois de ter sido comida pelo lobo.