Não sou uma pessoa perfeita e não tenho uma vida perfeita. Tenho uma casa com 3 crianças e um trabalho a tempo inteiro, agora mais longe de casa. Os meus dias, por tantas razões, fazem-me sentir muitas vezes que vou enlouquecer! São as situações absurdas no trabalho e as birras e os ralhetes ao chegar a casa, e mais o fazer tudo sempre a correr sem ter um bocadinho do tal tempo para tudo o que é essencial.
E sei que não há vidas perfeitas nem pessoas perfeitas. Não sou só eu, e não é só de ter uma casa cheia de crianças. Todas as vidas têm as suas limitações e as suas assimetrias. Faz parte.
Mas de vez em quando a vida recompensa-nos com um dia perfeito, bem ao estilo do Lou Reed.
Perfeito porque encontramos um lugar perfeito para estar num dia cheio de sol e pouco frio.
Perfeito porque houve tempo e espaço para correr e brincar a 5. Fazer palermices e dizer disparates. Sermos 5 crianças por um bocado, em vez das habituais 3.
Subir às árvores e brincar às escondidas.
Aproveitar bem o tempo e o momento.
Ficar um bocadinho para trás e ver as coisas em perspectiva. Não é um Monet nem um Degas mas para mim é impressionante todo o sentido que faz. Este é o meu quadro perfeito.
E lá enchi a alma daquela energia boa que nos dá força para continuar.