As crianças adoram plasticina. É um facto.
Eu quando era criança adorava plasticina. Eu enquanto mãe tenho horror a tudo o que não sei exactamente de que é feito e que com certeza vai ser comido pelas minhas filhas. E a plasticina entra nesta categoria de coisas.
Para além de se agarrar a tudo e delas a conseguirem espalhar por todo o lado!
Há muitas receitas de massas caseiras de plasticina muito mais ligeiras e menos perigosas, mas o que tenho para te mostrar hoje é algo que vai um pouco mais além do que isso.
Aqui há tempos andava à procura de um projeto para um dia de inverno que satisfizesse os meus critérios exigentes:
1 – não fazer demasiada bagunça
2 – ser fácil de preparar e de arrumar no fim
3 – permitir que elas o façam com alguma autonomia
4 – permitir que elas se mantenham entretidas muito tempo
5 – ser o mais seguro possível (ser comestível, vá!) para eu poder estar descansada.
Como elas gostam muito de pintar e eu já tinha prometido que íamos usar as tintas, acrescentei este ponto como requisito.
E a minha escolha acabou por incidir numa espécie de barro homemade, com apenas 3 ingredientes, que se molda ou se estende como se fosse massa de bolachas, que pode ser cortada com os cortadores das bolachas, que seca rápido, que endurece e que por fim pode ser pintada.
Um projeto vencedor que permitiu mantê-las ocupadas uma boa parte da manhã, fazer uma pausa para descontrair e brincar e mudar de registo enquanto a massa secou, e retomar da parte da tarde para pintar.
A confusão é reduzida, muito menor do que fazer bolachas e requer muito menos intervenção da minha parte, e deu para as 3 participarem, o que faz com que seja um projeto abrangente para várias idades.
Massa Branca – Receita:
– 2 chávenas de bicarbonato de sódio
– 1 chávena de amido de milho (maisena)
– 1 ¼ chávenas de água (fria)
O método é simples: junta o amido e o bicarbonato numa frigideira ou num tacho, e junta-lhes a água fria. Mistura até ficar bem homogéneo o que procuras é uma mistura semelhante a leite.
Leva a lume brando (podes começar com o lume um pouco mais alto). O que vais ver é a farinha a coser e por isso vai mexendo até ficar tudo com a consistência de um puré de batata bem armado. Neste ponto a farinha vai estar bem cosida e a massa pronta.
Deixa arrefecer. Se estiver mesmo fria é mais fácil usar porque não cola nem agarra. Mas não esperes muito porque a massa seca com alguma rapidez. Não é assim logo logo, mas não dá para ficar muito tempo parada.
Agora é só deixar a criançada estender e cortar a massa com as formas que mais gostam. É a primeira parte gira da coisa. Se quiseres fazer ornamento usa uma palhinha para fazer a furação para passar os fios.
Passada a diversão e chegada à hora da pausa técnica, deixa secar. Para efeitos mais imediatos podes usar o forno, com muita moderação a 50 ou 60ºC, mas não mais e sempre a tomar conta para não queimar.
Na hora de pintar usa guaches ou tintas acrílicas. Elas usaram o que havia por casa que era precisamente digi-tintas. Mas usaram pincéis.
Agora é a parte divertido número 2: soltar a imaginação e pintar! É entretenimento garantido por muito tempo.
Quando for hora de acabar é só por de parte a secar a tinta.
E fica bem giro.
Outras ideias usando esta massa:
– enfeites para a árvore de natal
– adereços para as prendas. Podes texturá-los com folhas ou outros relevos e adaptá-las a qualquer altura do ano.
– bonecos modelados
– casas “de gengibre” não comestíveis. Podes usar botões, papéis, cartões ou mesmo pintar as casas.
Até eu me entusiasmei! Ora vê a minha interpretação da ovelha do Principezinho (Antoine de Saint Exupery). Dá para ver que não me sobrou muito jeito para a pintura!
Pronta para experimentar?