Como fazer esfoliantes naturais

Eu nunca fui muito de cuidados de beleza e essas coisas. Primeiro porque era nova e sem paciência e um bocadinho maria rapaz. Depois porque vieram as crianças e foi-se o tempo e a paciência.

Mas depois de experimentar os sabões caseiros e a forma como a sua simplicidade resulta tão bem na minha pele, resolvi experimentar os esfoliantes naturais e adorei. Resultam lindamente, esfoliam e hidratam ao mesmo tempo, são fáceis de fazer, rápidos e muito baratinhos, que também é muito importante. E fazem uma prenda deliciosa num frasquinho todo bonitinho com um grande laçarote!

Então como fazer esfoliantes naturais? O agente esfoliante é o açúcar e o hidratante é um óleo a teu gosto, pode ser azeite, óleo de coco ou óleo de amêndoas doces. A partir daqui é ao teu gosto, podes usar óleos essenciais para aromatizar ou podes usar outros ingredientes que por si já têm aroma, como o cacau ou o café.

A proporção é sempre de 1 chávena de açucar para 1/4 de chávena de óleo.

Esfoliante Natural de Limão e Sementes de Papoila

Usa açúcar branco, óleo de amêndoas doces, 1 colher de sobremesa de mel por cada chávena de açúcar, umas gotas de óleo essencial de limão e sementes de papoila a gosto.

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Podes aquecer o mel ligeiramente para facilitar a mistura mas não demasiado. O que procuras tem esta textura:

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Não fica embebido em óleo nem fica demasiado seco, mas se lhe tocares vês que o óleo passa logo para a pele e é isso mesmo que se pretende! Agora é só por num frasco bem limpo para durar mais tempo.

Esfoliante de Alfazema

Usa açúcar branco, óleo de côco, óleo essencial de alfazema (lavanda) e sementes de alfazema.

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Mais uma vez, esta é a textura que procuras:

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Esfoliante de Cacau ou Café

O processo é o mesmo que nos anteriores mas aqui podes usar o açúcar amarelo ou mesmo o mascavado. Mas como o açúcar branco é o mais económico, e resulta muito bem como esfoliante, podes também fazer com açúcar branco.

Como tanto o café como o cacau têm um aroma intenso podes usar azeite que não se vai notar o cheiro do azeite. Quando fazes a mistura ela naturalmente cheira a azeite, mas vais ver que o cheiro se dissipa ao fim de uns minutos e acaba por predominar o cacau ou o café.

O café é café moído normal, daquele que se usa para fazer café nas máquinas. E tanto o café como o cacau entram na mesma proporção que o açúcar, mas podes sempre ajustar ao teu gosto.

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A textura que deves procurar é semelhante às anteriores.

Pronta para experimentar? Boa! Depois diz-me como correu!

Sabão de Leite de Cabra e Glicerina

O sabão que te mostro hoje é a versão pirata do sabão natural e é perfeita para fazer com crianças. Porquê? Porque é muito simples e rápida, pode ser colorida e feita em qualquer forma fofinha e pode levar brilhantes e outras coisas mais. E assim que sair do molde está pronto a usar.

As nossas primeiras experiências foram feitas com um Kit daqueles de ciências chamado Fábrica de Sabonetes. Recomendo.

A técnica é simples e consiste em derreter uma base de sabão, geralmente glicerina. Estas bases podem também ser de outras naturezas, esta branca é de leite de cabra e foi comprada numa loja online que fornece materiais para saboaria. Depois de derretida, ou no microondas ou em banho maria, podes usar corantes de base aquosa (os alimentares servem) para alterar a cor do sabão e brincar com cores e formas. Depois deita nas formas, mas sê rápida porque solidificam tão depressa como derretem! Deixa solidificar, retira da forma e está pronto a usar!

Esta técnica chama-se “Melt e Pour” o que traduzido é qualquer coisa como derreter e entornar, e é mesmo isso!

Sabão de Leite de Cabra

Este que te mostro é de leite de cabra, é branco e é muito suave. Começa por partir a base em bocados pequenos e colocá-los numa taça de vidro. Eu aqueço sempre o meu no microondas mas em intervalos de 30 segundos e não mais. Isto quer dizer que aqueço os primeiros 30 segundos e espero outros 30, depois mais 30 segundos a aquecer e mais uns quantos de espera e assim garanto que a base derretem sem a submeter a temperaturas muito altas.

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Depois de derretido podes juntar o corante. Existem corantes próprios para estas bases, mas os corantes alimentares funcionam bem, especialmente se forem em gel. Os corantes líquidos acrescentam um pouco mais de água à base e  a base vai acabar por deitá-la fora. Se for verão poderás não ter problema. Se for inverno o sabão transpira e perde a graça. De resto está sempre OK para ser usado!

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Quando estiveres contente com as cores deita o sabão em formas. As formas de silicone são perfeitas para estes sabões, especialmente porque são muito fáceis de desenformar!

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Podes brincar com as cores e misturar bases de glicerina transparente com as bases brancas opacas. E se queres um brilho extra nas tuas mãos e no teu corpo, acrescenta brilhantes à vontade! Os meus vinham no tal kit da Fábrica de Sabonetes e as miúdas adoram!

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E agora é brincar com as cores e as formas e por essa criançada toda a lavar bem as mãos, para gastarem os sabonetes depressa e fazerem mais!

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Pronta para experimentar?

Sabão Natural de Azeite

E agora uma coisa totalmente diferente! Sabão! Sim sabão natural de azeite, estás a ler bem. Sabão 100% natural feito em casa, com ingredientes da despensa e sem nomes impronunciáveis! Desde o verão que ando completamente viciada nisto de fazer sabão mas esta esta versão do sabão é pouco recomendada a crianças, por isso é um prazer só meu!

Mas há alternativas que podem ser feitas com a miudagem! Depois escrevo-te sobre o sabão que faço com elas. Este processo que te trago hoje é chamado processo a frio, ou “cold process”, mas como te digo, não é único.

Fazer sabão não é difícil nem requer nada de muito exótico, exige é um bocadinho de cuidado e respeito por algumas normas de segurança. Até porque isto de fazer sabão não é mais do que uma aula de química, tal e qual as da escola! No fundo o sabão obtém-se pela reacção de uma gordura (ácido gordo) com uma base forte ou seja com um sal muito alcalino.

Por cá, e porque o azeite é muito abundante e relativamente barato, esta é a gordura mais comum de usar no sabão, embora se possam usar outras, e o sal alcalino é o hidróxido de sódio, que conheces também por soda caustica, e convém que tenha um grau de pureza de 99%, ou seja não esteja misturado com outros detergentes. É com este sal que deves ter cuidado porque é caustico, ou seja tal como a lixívia que usas em casa, o hidróxido de sódio queima. O cuidado é o mesmo, atenção às mãos, pés e afins, muito cuidadinho com os olhos. Sempre com muita atenção quando manuseares este produto!

Fazer sabão é como fazer um doce, obedece a uma receita certa e não dá para substituir ingredientes sem reformular toda a receita, isto porque o sabão é obtido pela transformação das gorduras por acção do hidróxido de sódio, por isso a quantidade de hidróxido de sódio tem de estar ajustada à quantidade de gordura. Se estiver a mais, no fim da reacção vai sobrar hidróxido de sódio que não reagiu, e claro, se usares este sabão vais ficar com a pele esquisita e um bocadinho queimada! Se estiver a menos ficas com uma pasta gordurosa e pouco sabão porque acabou o hidróxido de sódio antes de se acabarem as gorduras. E cada tipo de gordura reage de uma forma diferente com o hidróxido de sódio! Felizmente há muitas receitas na internet e existem calculadoras em alguns sites que fazem as contas por ti. Basta escolheres as gorduras que queres usar e ele calcula a quantidade certa de hidróxido de sódio!

Escolhida a receita é juntar o material necessário. Tem de estar tudo à mão porque assim que começares a receita, não vais poder parar!

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Vais precisar de:

  • Uma panela de 22 cm em Inox (toma atenção que o alumínio reage com o hidróxido de sódio e por isso não é para usar nesta arte!)
  • Uma panela ou um tacho pequeno em Inox
  • Um recipiente de inox ou de vidro resistente ao calor
  • Uma espátula de silicone
  • Varinha mágica
  • Formas (silicone, plástico, pacotes de leite, etc. tudo o que não seja de alumínio!)
  • Uma balança digital
  • ingredientes da tua receita: inclui gorduras, hidróxido de sódio e uma fracção aquosa (água, chá, café, etc.). No fim deixo-te uma receita simples para começar!

A primeira coisa a fazer é pesar as partes. Começa pelos óleos na panela grande.

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Na panela pequena pesa a água ou a parte liquida e no recipiente pequeno e resistente ao calor (nada de alumínios) pesa o hidróxido de sódio. Convém usar luvas ou ter muito cuidadinho para manter as mãos longe do hidróxido de sódio!

A seguir aqueces as gorduras em lume muito baixinho, só para ficarem liquidas e eliminar quaisquer gorduras com partes sólidas. A temperatura não convém subir muito acima dos 43-45ºC por isso é pouco mais do que a temperatura das tuas mãos. É aquele quente sem queimar.

E nos entretantos preparas a solução do hidróxido de sódio. Convém estares num lugar ventilado, ou perto de uma janela, debaixo do exaustor do fogão ou até mesmo na rua. Pegas no tacho onde pesaste a água e numa colher de inox e juntas o hidróxido de sódio, devagar e mexendo lentamente e com cuidado por causa dos salpicos. Convém afastares o nariz  e evitar respirar porque a reação liberta vapores. O cheiro não é simpático mas passa assim que todo o hidróxido estiver dissolvido na água. Espera também que o teu tacho aqueça muito porque esta reacção liberta calor e chega quase a ferver a água. Convém deixar arrefecer um pouco até atingir a mesma temperatura de cerca de 43ºC.

Depois começa a festa! Já fora do lume juntas a solução de hidróxido de sódio às gorduras e a magia começa:

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Repara como a gordura ficou opaca. Agora mexes durante um bocado antes de passares à varinha mágica. A varinha mágica serve precisamente para acelerar o processo. Doutra forma estarias horas a mexer!

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Vês como muda depressa? Agora é preciso mexer com a varinha até chegar ao ponto de não retorno, a partir da qual a reacção de saponificação é irreversível. A este ponto é chamado o traço, porque dá um efeito de ponto de estrada quando passas a espátula fica um traço no fundo do tacho. Chegar a este ponto é mais ou menos rápido em função do tipo de gordura. Há gorduras com maior índice de saponificação e que se transformam em sabão mais depressa, outras mais devagar. Depois há óleos essenciais e aromas que ajudam a chegar lá mais depressa e outros que têm tendência a dificultar o traço.

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Quando se atinge este ponto é altura de juntar os óleos essenciais, os aromas e outros elementos como as argilas ou o mel. E mexer mais um bocadinho.

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Está perfeito quando se parecer com um pudim boca doce, com molho bechamél ou com maionese! Vês como fica marcada a forma da varinha mágica na massa? É isto que deves procurar.

Agora é por nas formas depressa antes que solidifique e tapar com película aderente para proteger do pó e das mãos mais incautas!

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Ao fim de 24 horas, às vezes não é preciso tanto, podes desenformar.

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Mas não está pronto a usar. A reacção ainda vai ocorrer durante mais umas semanas por isso deves guardar os teus sabões ao ar, longe de humidade. Um mês inteiro é a conta certa para se dar a reacção e para evaporar o excesso de água. No fim desse tempo deves ter um sabão bem rijo. Durante o processo de cura o sabão muda de cor, na grande maioria dos ingredientes vai aclarar, mas há alguns ingredientes que escurecem.

Isto do sabão é um mundo! Há muita coisa para aprender e experimentar, mas o resultado final é único e 100% natural. E se fizeres um sabão simples só com azeite, água e hidróxido de sódio tens uma verdadeira pérola para a tua pele sem nomes impronunciáveis e sem ingredientes com potencial de provocar cancro. E o melhor é que são amigos do ambiente!

Para lavar os teus utensílios deves mesmo usar luvas e junta uma boa quantidade de vinagre para fazer descer o pH para valores menos agressivos. Podes lavar com detergente normal da loiça porque o que lá tens é tudo lavável. Só não metas as tuas mãos sem protecção dentro da água de lavar porque a sensação é a mesma de meteres as mãos em lixívia pura.

Como vês é fácil e a tua pele agradece. Depois de experimentares nem vais conseguir usar mais nada!

Receita Básica para iniciação ao sabão

Sabão Natural de Azeite

Esta receita é muito simples e, assim sendo é perfeita para começar. Com ela obtens um bom sabão simples. É também boa porque permite muitas variações que não alteram a receita, o que quer dizer que com esta receita podes fazer vários sabões diferentes!

Ingredientes:

  • 600 gr de Azeite (pode ser do mais baratinho, desde que seja mesmo azeite)
  • 77 gr de Hidróxido de sódio (99% de pureza)
  • 228 gr de água destilada

Coisas que podes acrescentar a esta receita:

  1. 18 gr de cera de abelha para lhe conferir um pouco mais de dureza, o que faz com que o sabão não se desfaça tanto.
  2. Óleos Essenciais com os cheiros que quiseres. O peso recomendado para esta quantidade de óleos é 18 gramas, mas dependendo do cheiro poderás querer por muito menos que isso. De qualquer forma tem em consideração que o cheiro tenderá a suavizar, não só durante o processo de cura, mas também com o passar do tempo.

Variações à receita: experimenta substituir a água por infusões de alfazema, camomila, ou até mesmo café. Estas infusões devem estar bem frias, e se vierem do frigorífico ainda melhor. Nunca as uses a quente porque como vais mistura-las com o Hidróxido de Sódio elas vão aquecer ainda mais, o que pode ser perigoso para ti por causa dos salpicos e retira propriedades à infusão. No traço podes ainda juntar algumas sementes de alfazema, flores de camomila ou café moído como agentes esfoliantes. Mas repara que a cura vai alterar o aspeto das sementes!

Saber mais

Onde mais aprendi sobre a arte da saboaria foi com uma senhora chamada Anne L. Watson, ela escreveu alguns livros digitais, que vende por preços simbólicos (mesmo), e tem no site uma série de experiências que fez e os resultados que obteve. Ajuda a desmistificar muitas tretas que se lêem na internet e as receitas dela são também muito práticas, e as que já experimentei, fazem sabões deliciosos! Claro, está em inglês.

Em alternativa podes aprender com o mestre Roberto Akira, que é brasileiro e versado em química. O site dele tem também muita informação útil.

Existem várias saboeiras que fazem workshops pelo país fora. Procura um workshop perto de ti, porque vai mesmo valer a pena!

Materiais

Podes comprar os teus ingredientes em várias lojas online. Eu já usei duas e foram impecáveis. Uma é em Portugal e outra em Espanha, com bons preços e portes acessíveis. Em portugal podes contar com a Plena Natura e em Espanha com a Gran Velada que ainda por cima tem uma versão portuguesa do site.

Mãos à obra!

Playmobil – Dos 80’s ao século XXI

Os Playmobil sempre foram dos meus brinquedos favoritos e talvez por isso guardei os que tive, para os poder partilhar mais tarde com os meus filhos.

Por sorte a Teresa adora este tipo de brinquedos e constrói imensas brincadeiras à volta deles. Já se sabe que seja nos anos ou no Natal, há sempre uma caixinha de Playmobil para ela. Ela adora e eu também.

Há uns meses atrás os meus pais trouxeram os meus caixotes dos brinquedos, e claro, os meus velhinhos Playmobil!

Há que dizer que os Playmobil envelheceram bem, e felizmente evoluíram ainda melhor. Ao contrário de outros bonecos que, quanto a mim, perderam a identidade tendo mantido o mesmo nome. Tanto que dos anos 80 ao século XXI a viagem parece ter sido curta. Ora vê:

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Consegues ver as diferenças?

São mesmo muito poucas e tirando os novos penteados e o direito a roupas todas catitas, em oposição a calças e mangas brancas com camisolas e vestidos de outra cor, e a sapatos, inclusivamente chinelos de calçar e descalçar, quase nem se dá por ela!

Também tem linhas mais viradas para meninas com fadas, casinhas e famílias e outros cenários mais ligeiros. Mas como eu não gosto de as condicionar já lhe disse que não faz mal ela gostar dos outros também. Isto porque se forem coisas de Policia, Piratas, Bombeiros e afins ela associa logo a brinquedos de meninos e passa ao lado!

É um verdadeiro prazer para ela e para mim. E começa a ser um vicio só para mim! Até porque a Playmobil tem coisas de coleccionador que são de chorar!

E tu? Guardaste os teus tesourinhos para partilhares com a tua pequenada?