Tingir tecidos

Tenho estado numa cruzada. A Mafalda fez-me um pedido que envolve um fecho. Não é um fecho qualquer, é um fecho roxo. Mesmo roxo. O que ela quer é uma mochila com um fecho roxo. É o que dá andar à solta no conto da costura a mexer em tudo!

Precisava de escolher dois tecidos que tivessem algum roxo. O primeiro foi fácil, e de tão fácil que foi acabou por dificultar a escolha do segundo.

O meu ponto de partida foi esta popelina.

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Precisava de encontrar um tecido grosso, mais tipo ganga, sarja ou bombazine que ficasse bem neste tecido mas foi difícil, porque, parece que além de mim e da Mafalda (às vezes acho que é só para me fazer a vontade!) mais ninguém é fanático pelo roxo!

E vai daí, depois de muito pensar na solução para este problema lá me ocorreu a solução! Se não há à venda então faz-se! E lá fui eu à caixa das tintas Raposa, que estão sempre esquecidas, e vai de meter mãos à obra para tingir uma bombazine branca e transformá-la em bombazine Roxa.

O processo é mesmo muito fácil, e se o tecido for inicialmente claro, mais fácil é e mais rápido também. Tudo o que precisas fazer é dissolver uma parte da saqueta em água a ferver e juntar sal. A quantidade depende sempre do volume de tecido que se quer tingir. Até aqui tenho-me dado lindamente com este método e com estas tintas. É um processo que gera muita confusão e é preciso paciência para ir limpando os salpicos para não mancharem nada.

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Os tecidos são metidos no banho depois de bem molhados, para não ficarem manchados, e ficam por lá até terem a cor que se pretende. Convém ir mexendo bem as peças para evitar manchas e garantir que fica tingido de forma uniforme.

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Quando estiver com a cor certa tira-se e lava-se em água até o tecido deixar de perder a tinta.

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E foi num instante que cheguei ao roxo certo!

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E agora combina na perfeição!

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E já que estava com as mãos na tinta aproveitar para tingir um body de bebé e mudar-lhe o cor de rosa pálido para algo bem mais colorido! Mas este é outro projecto…

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Nós na cozinha

Eu gosto do mês de Agosto. É provavelmente o meu mês preferido porque já fui de férias, já descontraí, já fui à praia e à piscina, já brinquei com as miúdas e matei as saudades todas. É claro que se pudesse continuar de férias continuava mas, como o trabalho não espera, o regresso é obrigatório e, podendo eu escolher, escolho trabalhar no mês de Agosto.

Lisboa está vazia de carros e trânsito e cheia de gente que fala outras línguas que não o português, por isso é como estar numa cidade diferente. Não preciso de andar em stress com as horas, chego sempre a tempo ao trabalho, tão a tempo que consigo sair mais cedo do que o normal e chegar a casa mais cedo, o que me dá muito mais tempo para estar com elas.

Ontem a Mafalda quis fazer pão, e pão foi o que nós fizemos!

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Tinha uns pacotes de mistura para pão de queijo, aparentemente um produto brasileiro, que me apresso a explicar que nos foi oferecido no supermercado, e assim que a Mafalda percebeu que aquilo servia para fazer pão não descansou enquanto não pôs, literalmente, as mãos na massa. Mais uma coisa em que sai a mim, adoro amassar massas, sejam elas de pão ou de bolachas.

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A Teresa não estava muito interessada até perceber que a tarefa ia demorar e que mais valia juntar-se a nós. Vai daí e foi para ao pé da irmã que lhe deu uma bolinha de massa para amassar. Claro está que a Teresa resolveu amassá-la com os dentes, mas também está bem!

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A cada dia que passa elas estão mais próximas uma da outra e é tão bom vê-las interagir uma com a outra. Agora estou a viver com a Teresa o que já vivi com a Mafalda, que é este deslumbre de poder fazer coisas com ela, de tê-la a participar em partes da minha rotina e não ser só eu a participar na rotina dela. Por outras palavras: é bom tê-la a fazer coisas de crescidos e não estar sempre eu a fazer coisas de bebés. Mas por outro lado sei que daqui por mais uns meses, quando ela perder o que ainda lhe resta de bebé, vou ficar com o meu coração pequenino de tanta saudade…

E é tão engraçado ver o quão diferentes elas são! A Teresa parece ser mais prática e descomplicada do que a Mafalda, mas é só um palpite meu baseado na forma como ela descomplica as palavras que não consegue dizer. Por exemplo, A Mafalda com a mesma idade que a Teresa tem agora dizia Cucuta quando se referia a uma tartaruga. Já a Teresa diz simplesmente Cuga. Como é de esperar a Teresa já fala muito mais do que a Mafalda falava com a mesma idade, mas também tem muito mais estímulo com a irmã e os primos.

É muito menos insegura do que a Mafalda, mas em compensação é mais carente de mimos e contacto físico e muito menos aventureira e destemida. É cautelosa e não faz nada sem pensar bem, nem mesmo provar um alimento novo. É preciso convencê-la bem convencida. Adora animais e desses nenhum lhe mete medo, já a Mafalda tem medo de tudo o que se mexa à volta dela.

Têm as duas pavor de àgua na cara e continua a ser um grande desafio lavar-lhes o cabelo e claro, são as duas doidas por chocolate, mas nisso têm bem a quem sair!

Brincar com as minhas filhas

Gosto dos dias de praia em que o tempo nos deixa brincar na areia sem torrarmos com o calor. Gosto de brincar com elas e com os baldes e as pás e demais brinquedos. Gosto que elas gostem de me ter ali a brincar com elas. Gosto de fazer castelos na areia. Elas também gostam.

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E agora a parte divertida! Desmanchar o castelo! Garanto que estão mais do que aptas para bater recordes olímpicos!

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Saco de Praia para Brinquedos (e não só!)

Crianças + Praia = Montes de Brinquedos!

E claro, muita diversão! Por aqui fomenta-se a autonomia sempre que se pode, o que quer dizer que os brinquedos da praia são transportados pela Mafalda. A Teresa é ainda muito pequenina e na verdade todos os brinquedos da praia são da irmã, embora lhe sirvam também de entretém.

Este ano a Mafalda voltou a fazer praia com a escola e como já estão mais crescidos puderam levar alguns brinquedos de praia, desde que pudessem ser transportados nas mochilas, juntamente com a toalha, o creme e o lanche.

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Claro que este foi o mote para mais uma mochila! Desta vez em turco, porque é óptimo para guardar brinquedos cheios de areia e molhados, e é facilmente lavável. Para além disso é super macio ao toque.

Usei uns restos de turco que tinha de projetos anteriores e como não tinha nenhuma peça suficientemente grande fiz a mochila às riscas. Provavelmente farias às riscas mesmo se tivesse tecido suficiente de uma só cor!

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E fiz a mochila grande porque os baldes e demais brinquedos ocupam muito espaço, embora sejam leves, e assim ela consegue arrumar e desarrumar bem os brinquedos, sem precisar de ajuda. E a verdade é que ela se dá lindamente com a mochila!

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E o melhor é que não levou mais de duas horas a fazer!

Esta mochila é tão simples de fazer e tão útil que só podia dar um tutorial para vocês!

É fácil, rápido de fazer, original e muito gratificante. Neste tutorial vais encontrar todos os passos para chegares a esta mochila! São 10 páginas num ficheiro pdf que poderás descarregar para ti.

O molde da mochila vem com dois bolsos, um exterior e um interior, e todas as explicações necessárias para os aplicares de forma segura na mochila.

É só deitar mãos à obra e fazer aparecer a mochila para grande delicia das crianças!

E claro, enche-la de brinquedos para a total diversão e levá-la para a praia mais próxima!

Agora mãos à obra!

[cryout-button-light url=”http://meiasmarias.com/documents/MeiasMariasTutorialMochiladePraia.pdf”]Descarrega o tutorial aqui![/cryout-button-light]

Molde Burda Style 06/2012 #3

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Variações em Azul. Estes em tamanho 98cm e 110cm.

O mesmo tipo de tecido mas num azul invulgar perfeito para conjugar com este tecido Amy Buttler, também já no stash à algum tempo, mas este já tinha sido usado para outras andanças.

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Neste usei um padrão floral normal e por ser o tamanho maior, aumentei significativamente a largura da barra do vestido.

Foi uma maratona de costura e deu para afinar a técnica de produção em série. Cortei todas as peças para todos os vestidos e fiz cada etapa nos 7 vestidos. Acho que ganhei mais tempo assim do que se tivesse feito um vestido de cada vez mas também corri o risco de me chatear de fazer a mesma coisa tantas vezes e deixar alguns dos vestidos por terminar com as peças cortadas.

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O que é que funciona melhor para ti? Fazer um projeto de cada vez ou juntar varias partes na mesma fase de exucução e fazê-las em paralelo? Partilha comigo na caixa de comentários.

Molde Burda Style 06/2012 #2

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 Os mais difíceis de fotografar! Este linho verde tem uma cor linda mas é impossível de fotografar. Com muita luz fica deslavado, com pouco luz perde a leveza e não consegui encontrar a luz certa para vos trazer a cor deste linho. 3 tamanhos diferentes: 110cm, 98cm, 86cm.

Está-se mesmo a ver que estes dois tão iguaizinhos são para as minhas meninas! Eu até não sou de as vestir igual, a sério que não, e tinha prometido a mim mesma que jamais vestiria duas filhas minhas de igual. E se dependesse só de mim garanto que não as vestia, porque me lembro de ter roupa igual à minha irmã e detestava a sensação de falta de mim, como se aquela igualdade do todo anulasse a individualidade das partes, mas também não devia ter 4 anos nessa altura! A verdade é que sempre que compro qualquer coisa para a Teresa a Mafalda pergunta-me porque não comprei igual para ela, e quando me ajudou a escolher os tecidos queria à viva força que eu fizesse os vestidos dela iguais aos da irmã. Negociação feita e concordámos com um vestido igual para as duas. E aqui está! O padrão floral foi escolha dela!

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Neste usei um tecido que comprei para fazer o meu primeiro quilt de bebé e é claro que o vestido foi para a menina que um dia recebeu esse quilt!

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Molde Burda Style 06/2012 #1

Os dois primeiros vestidos dos 7 que fiz. O tecido de fundo é um linho muito velho, tão velho que sobreviveu no tempo até chegar a mim, é ainda do tempo dos bisavós do meu marido e fazia parte dos tecidos que vendiam na loja de tecidos que tinham em Arraiolos. Passou por três gerações até chegar a elas e isso, só por si, chega para os tornar especiais.

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O tom de cor de rosa é característico daquele tempo e diferente do que agora vemos, não é rosa claro nem é rosa bebé. É mais uma mistura de salmão com rosa, mas é bonito apesar do toque antigo que tem. É incorpado mas simultaneamente leve.

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O molde que utilizei saiu na Burda de Junho e apaixonei-me por ele assim que o vi. Continuo a achar que os moldes da Burda são do mais complicadinho que há e por isso, não sei se a inventar ou se a simplificar, acabei por não fazer as coisas bem como estava indicado. Para além disso o molde começava no tamanho 104 e eu precisava de fazer, para além de um vestido 104 e dois 110, mais dois vestidos em tamanho 98 e dois vestidos em tamanho 86, o que me obrigou a alterar os moldes para tamanhos bem mais pequenos. Nem tudo correu bem no papel, mas felizmente que apesar do corte das peças não ter ficado correcto, foi possível corrigir tudo no tecido à medida que o ia cosendo.

Os tecidos que usei no decote e na barra do vestido vieram os dois dos Estados Unidos ao mesmo tempo e já estavam à espera de uso à pelo menos dois anos, mas até parece que foram feitos de propósito para este pano.

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Em termos gerais o molde é de fácil execução embora, se fosse eu a escrevê-lo, mudaria alguns passos que são completamente desnecessários. Não sei se lá estão por ser essa a maneira “certa” de fazer as coisas ou porque alguém ligou o complicometro mas os meus vestidos estão feitos com menos esforço e creio que melhores acabamentos.
E vocês? Com que moldes preferem ou costumam trabalhar? Partilhem a vossa experiência na caixa de comentários.

Conjunto de Baptizado

Passaram anos desde a ultima vez que lhes pus os olhos em cima! Este conjunto de batizado é um trabalho conjunto meu e da minha tia, na verdade mais dela do que meu!

Começamos a fazê-lo da primeira vez que se falou no baptizado da pequena Inês, para a madrinha, a grande Inês oferecer, e só agora está terminado.

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A vela é comprada que ainda não nos dedicámos a fazer velas. O saco para guardar a vela e a toalha de linho foram feitas a 4 mãos, com todo o detalhe, requinte e carinho a que a tradição obriga.

O saco da vela é em quadrilé, no mesmo tom creme da toalha. Tem uma vela bordada a ponto cruz nos mesmos tons, e duas aplicações de renda.

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A minha parte do trabalho, para além de ajudar na concepção da ideia inicial, resume-se ao bordado da toalha, com um motivo tradicional e a linha de seda onde se destacam os tons creme e dourados. As flores são cor de rosa porque é para uma menina! Se fosse menino teríamos optado por outros tons!

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A renda terminal acentua o toque tradicional do trabalho.

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Este é um trabalho bem tradicional e exclusivo, daqueles que estão feitos para durarem a vida toda e fazerem parte da caixinha das recordações de uma vida! E a pequena Inês para além de ter muita sorte com a madrinha que em destino lhe calhou, tem também a sorte de ser presenteada com tamanho tesouro.

Como fazer um vestido de uma camisa #3

Uma camisa branca de padrão espinhado deu o mote. O objectivo era transformá-la num vestido de cerimónia. A N. pediu-me que o fizesse com bordado inglês e talvez com umas mangas de balão, de resto deixava ao meu critério.

O tecido não me pareceu resultar em mangas de balão por isso deixei ir a ideia e foquei-me no bordado inglês, com o qual poucas vezes trabalhei. E se foi um verdadeiro desafio!

O truque foi escolher o bordado certo para um tecido de base pouco fino e pouco leve e transformar o conjunto em algo fino e mimoso com look formal, e o resultado foi este:

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As alças têm um folho em bordado inglês e atrás um fecho e um colchete.

O decote é rematado com uma aplicação de bordado inglês, num motivo complementar aos restantes que usei. Como o vestido está feito com um tecido sem brilho, apliquei algumas lantejoulas na linha do decote para lhe dar alguma luz.

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A linha da cintura é marcada também com uma aplicação em bordado inglês.

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Acrescentei-lhe uma flor feita no mesmo tecido do vestido e com as mesmas lantejoulas e missangas aplicadas. Não sou grande apreciadora de laços nos vestidos mas acho que as flores de tecido fazem um trabalho ficar completamente diferente e com um toque elegante e de muito glamour, e depois de ter aplicado a flor o vestido ficou completamente diferente. Foi uma ótima escolha!

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A saia é composta por duas barras de bordado inglês, uma larga e outra mais estreita e com um franzido integrado.

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Foi um grande desafio mas foi superado. Foi uma experiência muito interessante reaproveitar estas camisas e transformá-las em coisas novas e completamente diferentes.

Mais gratificante foi poder soltar a criatividade e trabalhar em free style experimentando novos moldes e modelos e aperfeiçoando novas técnicas de costura. Estamos sempre a aprender!

Acho que nunca tinha feito um vestido com tanto formalismo, ainda assim não me foi pedido que fizesse algo semelhante ao que se encontra comercialmente, simplesmente que o fizesse à minha maneira com poucos requisitos. E gostei muito do resultado!

E vocês? O que acham deste trabalho? Deixem os vossos comentários!