Meat Free Monday #7

Mais uma aventura na “descarnificação” da nossa alimentação. A proposta de hoje é bem ao meu estilo, e ao das miúdas também, a verdadeira comida de conforto com dois parceiros de crime perfeitos: a massa e o queijo! E muitos legumes bem escondidos!

É fácil de fazer, dá para fazer na bimby ou no tacho, e é de sucesso garantido. E para mim tem uma grande vantagem que é a de levar couve flor escondida e tão bem disfarçada que não só é bem aceite, como também é ela que dá toda a magia a este prato. E a couve flor é um legume que por cá nem todos gostam, mas assim escondido marcha que é uma alegria. O mesmo se aplica aos brócolos, mas cá em casa são menos esquisitos com os brócolos do que com a couve flor!

Esta receita é uma daquelas que podes deixar preparada no fim de semana e deixas o pirex tapado no frigorífico pronto a ir ao forno. No dia é só meter no forno e servir. Também dá para congelar antes de ir ao forno mas o resultado vai ser um pouco mais seco.

E em termos de sucesso da receita?

TODA A GENTE GOSTOU! É receita para bingo!

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Esta vai ser uma receita para repetir muita vezes! E com tanta fã de massa cá em casa está-se mesmo a ver que vai ser um disco muito pedido!

E tu? Vais experimentar?

Meat Free Monday #6

A nossa última experiência vegetariana foi no campo dos hamburguéres, e na verdade esta é só a primeira de várias receitas que quero experimentar.

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A receita é do site do movimento Meat Free Mondays e não lhe fiz grandes alterações, a não ser retirar o tomilho (porque não tinha) e substituir as cebolas vermelhas por chalotas.

Estava com grandes expectativas em relação a esta receita porque gosto muito de beterraba e tinha as beterrabas da horta mesmo a jeito de serem usadas, mas acho que quando as fiz piquei-as demais e em vez de uma boa textura granulada acabei por ficar com uma pasta da qual começou a fugir o sumo da cenoura e da beterraba.

Como sabia que me ia ser difícil fazê-los num dia normal fiz a receita num fim de semana, moldei os hamburguéres e congelei-os. Mas fiquei sempre na duvida de se iam aguentar.

Quando chegou o dia foram congelados para a frigideira e aguentaram-se bem. Para acompanhar fiz grelos para mim e arroz de grelos para eles.

E quanto a opiniões?

Para variar um bocadinho o marido gostou – 1 voto a favor (devia valer por dois!).

A Mafalda gostou – 1 voto a favor

A Teresa comeu sem reclamar mas não muito convencida – 1 voto neutro

A Sofia comeu com alguma dificuldade – 1 voto contra

E eu? Eu acho que tenho de repetir porque acho que não estava num dia bom. Até porque fui a última a ir para a mesa e acabei por comer os hamburguéres pouco quentes, e não me souberam grande coisa. Mas no dia seguinte levei-os para o almoço e bem quentes até não souberam mal.

Mas é como te digo, tenho de repetir para ter a certeza do meu voto! Para já é um voto neutro.

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De qualquer forma, se gostas de beterraba vale a pena experimentar!

Meat Free Monday #5

E quase sem darmos por isso já conseguimos fazer 5 refeições sem carne, sem peixe!

A proposta de hoje é um arroz com legumes. É fácil de fazer e muito rápido (é quase batota!), o que é meio caminho andado para o sucesso.

Desta vez aproveitei para testar a reação delas à abóbora mas, pelo sim pelo não, juntei também cenoura. Há quem defenda que não se deve juntar as duas na mesma refeição (ou na sopa), e normalmente eu não junto. Mas como queria ver se elas aceitavam bem o sabor, acabei por misturar alguma cenoura, não fosse o diabo tecê-las.

Este arroz leva couve flor mas nem se nota que ela lá está, o que é uma óptima forma de esconder mais um legume, especialmente quando é um legume com pouca aceitação. E a verdade é que ninguém deu por ela, mas comeram com muita satisfação.


Para meu grande espanto elas comeram a abóbora sem estranhar nada. Mas a verdade é que a abóbora butternut tem um sabor muito suave e é bastante agradável de comer assim (sem ser em sopa!).

As mais crescidas comeram bastante bem, embora a Teresa desista de comer os grãos a meio da refeição – 2 votos a favor.

Eu adorei! E ainda me fascina a sensação de ficar satisfeita sem me sentir pesada!  1 voto a favor

O pai da casa comeu bem e sem grandes hesitações! 1 voto a favor

A Sofia comeu bem, mas tive de fazer um puré com o grão e com a abóbora e envolver no arroz (estava malandrinho por isso envolveu bem o puré), mas em compensação comeu o lombardo sem reclamações – 1 voto a favor

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Ao fim de 5 refeições testadas parece-se que só os legumes gratinados tiveram uma fraca aceitação na maioria das crianças, por isso fica em suspenso e volto a tentar lá mais para Setembro. As outras vão integrar as nossas ementas mensais, o que significa que, há medida que vai havendo mais repetições de receitas há menos artigos no blog sobre receitas novas.

Este foi o mês de arranque e correu muito melhor do que podia esperar. Vou continuar a experimentar novas receitas mas não há razão para não repetir as que correram tão bem, verdade?

Meat Free Monday #4

Desta vez experimentamos “Ratatouille”, que é uma forma bonita de dizer um estufadinho de legumes! Acompanhado de arroz branco e com um ovo escalfado. Perfeito para dias de inverno: é quente e aconchega bem.

A receita é fácil de fazer, os legumes podem ser a gosto, e no que respeita ao tempo que demora, satisfaz o critério de não ser demasiado demorado e de não precisar de demasiada atenção, embora não saia do tacho em 15 minutos.

Esta receita faz uma boa quantidade de Ratatouille, o que te permite fazer duas refeições distintas. Podes usar o que sobrar como acompanhamento de outro prato ou comê-lo a acompanhar uma polenta, é delicioso!

Eu escalfei os ovos num tacho à parte, porque como ia sobrar preferi ficar com o caldo “livre” de restos de ovo. Mas podes perfeitamente escalfar os ovos directamente no tacho do ratatouille.

Eu gostei imenso. É uma espécie de comida de conforto: aquece e aconchega, sem ser pesada – 1 voto a favor

As miúdas maiores gostaram imenso dos ovos e da batata doce estufada. Os feijões verdes nem tanto mas não o suficiente para rejeitarem o prato por completo. Comeram bastante bem – 2 votos a favor

Para o pai da casa o ovo e os feijões fizeram-no esquecer que não havia nem carne nem peixe – 1 voto a favor

Já a Sofia… apesar do arroz a coisa custou a descer, mas mais por birra do que por outra coisa. Foi um dia em que ela veio muito cansada da escola e estava mais birrenta que o normal. Por isso pôs defeitos no ovo, nas cenouras, nos feijões, nos cogumelos… é 1 voto contra.

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Mas em termos globais é para repetir.

Meat Free Monday #3

Mais uma semana em que conseguir cumprir o desafio. Esta semana com menos sucesso que nas anteriores, mas ainda assim considero que com calma e persistência vou conseguir cumprir o meu objectivo, e aos poucos elas vão acabar por se habituar aos legumes.

A receita desta semana é legumes gratinados e o seu pouco sucesso deve-se ao facto dos legumes não estarem escondidos nem disfarçados. De qualquer forma não usei nenhum legume que não fizesse já parte da nossa alimentação, mas geralmente está na sopa e não no prato.

Eu pessoalmente adorei. E para mim é para repetir. Vamos lá à receita:

Não é muito complexa de fazer e o que demora mais tempo é descascar e cortar os legumes, por isso é uma receita boa de fazer em dias de caos controlado, mas não é aquela receita que se tira do lume em 15 minutos.

Em termos de avaliação o meu voto é favorável – 1 voto a favor

A Mafalda está a aderir bem a esta ideia e também gostou muito – 1 voto a favor

O marido comeu bem (com as já habituais reclamações de não ter carne nem peixe) – 1 voto a favor

As mais pequenas fizeram uma fita dos diabos para comer – 2 votos contra.

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Em termos globais não acho que tenha sido uma má experiência, com o tempo as pequeninas vão acabar por se habituar e deixar de fazer dos legumes um bicho de sete cabeças.

Venha mais uma segunda sem carne!

Meat Free Monday #2

O teste da semana passada tinha intenções de ser um Chilly mas o resultado final ficou uma bolonhesa. De lentilhas.

Isso, lentilhas. Se correu bem?

Sim, as lentilhas correram bem. Não é coisa que fizesse parte activa da nossa alimentação, mas no final do ano passado já as tinha introduzido em sopa com resultados muito positivos (mesmo para a que detesta sopa). Arrisquei um bocadinho ao fazer das lentilhas a estrela da refeição mas tinha mesmo de ser feito o teste.

A receita de partida era bem simples mas levava pimentos, e por cá é coisa que ninguém aprecia, em alternativa juntei cenoura e por isso acabou por ficar reduzida a uma bolonhesa, o que resultou muito bem por cima de arroz branco.

A receita que acabei por fazer é a seguinte:

E quanto a resultados:

A miúda do meio que é esquisita como tudo ADOROU – 1 voto a favor (devia valer por 2!).

Eu gostei bastante, especialmente da sensação de estar cheia e sem fome sem me sentir enfartada – 1 voto a favor.

A miúda maior gostou também muito – 1 voto a favor.

A miúda mais pequena não estranhou, comeu bem, e só no fim é que deu conta das lentilhas. Disse-lhe que eram smarties e catou as lentilhas do prato para a boca sem estranhar nem regeitar o sabor e a consistencia, o que me parece fortemente positivo –  1 voto a favor.

O marido comeu, disse que sabia a feijão com arroz, mas continua a sentir a falta da carne ou do peixe – 1 voto neutro.

Em termos globais a receita é fácil de fazer, e dá para adaptar para a bimby, o que facilita o processo. É um pouco mais demorada já que as lentilhas têm de cozer, mas como não precisa de grande assistência não obriga a estar sempre de olho no fogão.

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É super económica e por isso é uma receita que se irá repetir por cá mais vezes. Ainda com a vantagem de poder ser feito a mais, congelar e comer aquecido noutro dia.

É uma receita vencedora!

E tu? Vais experimentar?

Meat Free Monday – 2as Sem Carne

Neste primeiro artigo de 2017 escrevi sobre uma das minhas resoluções de ano novo: fazer uma alimentação mais saudável aderindo ao movimento segundas-feiras sem carne (Meat free Monday).
Já algum tempo que andava com vontade de introduzir refeições com menos proteína animal nas refeições da família, mas vamos ser honestos: é culturalmente um desafio fazer isto! Estamos tão agarrados à ideia de que precisamos de carne ou peixe na refeição que se torna quase impraticável seguir com isto em frente. Mas é um objectivo e achei que serviria um duplo propósito se partilhasse aqui no blog a evolução disto, assim espero manter-me motivada e espero que esta minha experiência sirva de base para ti também.
Há aqui algumas considerações que são necessárias fazer antes de iniciar:
O objectivo não é tornarmos-nos vegetarianos. O objectivo é reduzir a quantidade de carne e peixe que ingerimos e aumentar a quantidade de vegetais, cereais e leguminosas na nossa alimentação diária.
As refeições têm de ser “amigas” das crianças. As minhas filhas são crianças “normais” e odeiam a generalidade dos legumes, o meu marido também. Vai ser arriscado e desafiante conseguir uma refeição que agrade simultaneamente a quem não gosta de grão e feijão, a quem não gosta de cenoura, a quem não gosta de cogumelos, a quem não gosta de brócolos…Bem, estás a imaginar onde quero chegar!
Este plano tem de ser mantido em segredo porque se eles sonham não há quem coma nem uma colherada! Por isso vou começar por refeições “semelhantes” às que já fazemos mas sem carne e sem peixe, e aos poucos vou avançando um pouco mais… E se me perguntarem, eu direi que o peixe ou a carne está lá, bem picadinho, tão bem picadinho que nem se nota!
Não vamos para já excluir os lacticínios, nem os ovos.
Não vamos incluir substitutos como o tofu ou o seitan, a soja granulada ou em pedaços ou outras coisas afins. Porque a ideia é mesmo comer mais vegetais, cereais e leguminosas, mesmo que estejam escondidos e disfarçados.
Por último, as refeições têm de ser suficientemente fáceis e rápidas de fazer, para serem exequíveis de integrar as minhas ementas mensais.
Posto isto, a minha ideia é partilhar contigo a receita que usei e as eventuais alterações que fiz, e também a aprovação que teve junto dos meus comilões. Assim consigo manter um registo do que teve mais aceitação e consigo partilhar contigo o resultado!
Então o primeiro teste é este:

* *

A receita original é daqui e escolhi esta porque este é um tipo de pasta que costumo cozinhar, normalmente com fiambre, bacon, frango ou até salchichas. Pode ser que não deem pela falta da carne!
As alterações que fiz foram estas:
Não usei nenhum caldo de legumes para cozer as massas, usei apenas água.
Usei espargos de conserva porque não é altura dos frescos e adicionei-os já quase no fim da cozedura.
Não usei as malaguetas.
Usei “natas” de soja porque aqui há barrigas intolerantes às natas normais.
Refoguei a cebola com o alho e juntei as ervilhas e os cogumelos ao refogado.
Deixo-te a receita também porque alterei a quantidade dos ingredientes:

E como correu?
Correu bem. Eu gostei bastante, a raspa do limão torna-o fresco e de certa forma leve. 1 voto a favor!
A mais velha gostou bastante. 1 voto a favor!
A do meio notou o sabor do limão, fez-se um pouco esquisita na primeira impressão, depois disse que era bom, comeu sem fitas, mas não comeu mais do que o normal, nem com mais entusiasmo – 1 voto neutro.
A mais nova não estranhou o sabor, comeu como sempre come, foi como se fosse uma refeição normal – 1 voto a favor!
O marido comeu, reclamou que faltava carne, ou peixe, perguntou se podia juntar ao menos atum, comeu bem e repetiu. Não foi uma reação assim tão negativa por isso: 1 voto neutro!
Resumindo:

* *

Em termos práticos é fácil e rápida de fazer. Não é particularmente dispendiosa e se a classifiquei com duas estrelas é apenas porque usei cogumelos frescos e porque os espargos podem encarecer um pouco a receita, especialmente se forem frescos.
Não foi uma experiência a não repetir por isso leva três estrelas de pontuação final, o que a classifica para ingressar nas minhas ementas mensais.
Esta é até daquelas receitas que dá para tirar na cartola nos dias em que me esqueço de descongelar carne ou peixe… Calhando até me vou começar a esquecer mais vezes!
E tu? Estás disposta a tentar? Diz-me como correu!

Como Simplificar a Rotina do Jantar

A rotina do jantar é um drama desde sempre. Lembro-me bem da minha avó se queixar de ter de decidir, todo o santo dia, o que seria o jantar. E quando não era a minha avó era a minha mãe. Com algumas folgas em que eu e a minha irmã tomávamos de assalto a cozinha, mas ocasionalmente, e claro, ou à sexta-feira ou ao sábado quando a escola não nos pesava.

Cozinhar para 1 ou para 2 é sempre diferente e quando não há filhos o tempo é mais elástico, por isso acho que até ter chegado à idade dos filhos a rotina do jantar nunca me foi pesada. O problema foi depois e agravou-se a cada bebé que nasceu.

A Mafalda, sendo a primeira, ensinou-me que o jantar tem de ser servido, pontualmente até às 19h30. Porquê? Porque a minha rotina de trabalho a obriga, desde cedo, a acordar às 7h00, o que significa que tem de estar na cama até às 21H00, ou não acordará sozinha na manhã seguinte. Se ela tiver de ser acordada é porque não dormiu o suficiente, e isso vai-se refletir nela ao longo do dia. Por outro lado às 19h00 até eu estou cansada de um dia de  trabalho por isso aprendi que não posso exigir que ela esteja fresca que nem uma alface depois de um dia de aprendizagem, muitos estímulos e muita brincadeira. Para ter um jantar sem birras delas nem irritações nossas, e para que ela coma uma refeição como deve ser sem adormecer de cansaço a meio, o jantar tem de estar na mesa até às 19h30. Depois desta hora a situação é tal e qual a da Cinderela, tudo  vira abóbora, ratos e roupa rota.

Este foi o grande ensinamento da rotina da hora do jantar:

Se queres uma refeição com pouco stress respeita o cansaço das tuas crianças e não exijas mais delas do que elas são capazes de dar.

Até aqui a coisa é mais ou menos pacífica e não diz nada, ou diz quase tudo. Porque uma pessoa que, como eu, chega a casa sempre depois das 18H00, tem muito pouco tempo para preparar uma refeição decente, higienizar as crianças e ESTAR com elas, e nenhuma vontade de sair a correr do trabalho para se enfiar na cozinha.

E foi aqui que o problema começou para mim. Não só comecei a ter dificuldade em variar a alimentação, como  comecei a achar extremamente enfadonho começar a pensar no que haveria de fazer de jantar às 16H00. E começou a ser muito deprimente para mim chegar a casa e enfiar-me na cozinha e não estar com a Mafalda.

Depois veio a Teresa, a dificuldade duplicou, passou a haver mais uma pessoinha para atender e com quem brincar, mais um corpinho para lavar, e o mesmo tempo para cumprir com todas as tarefas.

Depois veio a Sofia. E claro, não se tonou mais simples.

Desde então tenho procurado uma forma de tornar o meu fim de dia mais simpático para mim e para elas, e isso passou por simplificar a rotina do jantar sem sacrificar o próprio jantar! E deixamos de alternar entre peixe com batatas e bifes com arroz.

Vamos lá ver como:

Método #1 – Ementas semanais

A sério? Sim. Parece redutor e elementar mas é a base de toda a economia de tempo.

Este primeiro método foi o que eu usei enquanto fomos só 3. Penso que se adapta bem a quem não tem filhos, ou a quem tem um só filho, ou a quem tem um pouco mais de tempo disponível para preparar o jantar.

Este método é de facto muito simples e consiste apenas numa planificação das refeições da semana.

Vantagens

  1. Permite elaborar um plano de refeições saudáveis e equilibrado com a necessária variedade. O que reduz a ansiedade de estar todos os dias a pensar. O tempo que demora a tomar uma decisão para 7 dias da semana é menor do que o tempo que demora a tomar uma decisão todos os dias. Também permite escolher refeições mais simples para dias mais complicados. Por exemplo se há idas ao ginásio ou atividades extra curriculares é boa ideia pensar numa refeição que se faça em 15 minutos, que possa ser feita com sobras da véspera, ou que tenha sido adiantada no fim de semana.
  2. Permite gerir a despensa e o orçamento de forma equilibrada e reduz o desperdício. As ementas permitem saber antecipadamente quais são os alimentos que vão ser preparados nessa semana, e são a base perfeita para uma lista de compras sustentável. Compras só o que vais cozinhar e não todos aqueles ingredientes que vão acabar por se estragar porque afinal não os usaste.
  3. Podes adiantar alguma coisa ao fim de semana, ou de véspera se tiveres uma janelinha de tempo. Imagina que vais querer fazer um arroz de peixe ou uma massada de peixe. Podes deixar o peixe cozido e arranjado, o refogado feito e o caldo preparado. No dia é só ferver o caldo e cozer a massa ou o arroz e juntar o peixe. Facilita muito poderes usar o teu tempo nos dias em que tens tempo para usar.

Pode parecer simples mas acredita que é eficaz.

Método #2 – Preparados e Congelados

Para este segundo método precisas na mesma de uma planificação semanal, ou mensal das tuas refeições, por todas as razões que já apontei.

Não é obrigatório ter uma arca para além do teu congelador combinado, mas quanto mais espaço tiveres de congelação, mais refeições podes deixar preparadas. Tens é de mudar a tua abordagem ao congelador: a partir do momento em que preparas e congelas as tuas refeições deixa de fazer sentido teres o congelador cheio de comida EXTRA para cozinhar.

A ideia neste método é sacrificares um tempo do teu fim de semana e preparares algumas refeições e congela-las. Quando precisares é só descongelar (de véspera) e aquecer. Estão prontas na hora de comer e podes usar o teu fim de dia para outra coisa qualquer.

Como funciona?

Nem todas as tuas refeições precisam de ser pré cozinhadas e congeladas. Vamos começar por um cenário mais simples e assumir que fazes estas refeições congeladas só para os dias mais complicados da tua semana.

A ideia é no fim de semana anterior preparares as refeições como se as fosses comer. Depois de frias congelas nas quantidades necessárias para as tuas refeições. De véspera descongelas e no dia aqueces e eventualmente fazes uma salada ou outro acompanhamento.

Ideias de Refeições

As refeições de carne que melhor resultam são as que são assados, estufadas ou guisadas.

Receitas de sucesso de carne:

Carne de porco assada, carne de vaca guisada, jardineira de carne, carne à bolonhesa, frango estufado (podes escolher as variações que quiseres: de cerveja, com cogumelos, simples…), lasanha de carne, almôndegas, osso buco estufado, bochechas de porco estufadas, coelho estufado, perna de perú assada, strogonoff e bifinhos de frango com cogumelos.

As receitas de peixe que melhor resultam são aquelas que levam molho branco, ou que são cozinhadas com o peixe desfiado:

Receitas de sucesso de Peixe:

Bacalhau com natas, lasanha de peixe (bacalhau, pescada, afins), bacalhau ou peixe escondido, bacalhau espiritual e todas as receitas de peixe semelhantes. Atenção que receitas que levem muito puré de batata e pouco molho a envolver, podem não ser agradáveis a todos os palatos.

Outras receitas que podes usar seguindo este método são, por exemplo: arroz de frango ou de pato, em que congelas a carne previamente cozida e desfiada no caldo da cozedura. Podes até congelar o caldo já com o refogado. No dia é só descongelar e cozer o arroz no caldo. Podes usar este mesmo método para o arroz e a massa de peixe.

Método #3 – Congelados e Preparados

Este método deu-me água pelas barbas e demorei mais de um ano a conseguir interiorizar o conceito, que de imediato me pareceu palerma.

Acontece que hoje uso este método em 90% das minhas refeições semanais, e sempre que posso até ao fim de semana!

Este método, para além da mesma planificação semanal ou mensal das tuas refeições, exige um investimento numa panela eléctrica tipo CrockPot. O CrockPot não é mais do que uma panela eléctrica dentro da qual está um recipiente cerâmico onde os alimentos são cozinhados a baixas temperaturas e durante longos períodos de tempo geralmente entre 4 a 8 horas, dependendo do tipo de alimento.

* crockpot *

Já estou a imaginar a tua cara… 8 horas?! Não era suposto isto ser rápido? E é!

Estas horas são as horas em que estás a trabalhar! Enquanto vais trabalhar o CrockPot cozinha por ti, e quando chegares a casa cheira deliciosamente a jantar pronto!

As minhas primeiras relutâncias floram precisamente a questão do tempo de cozedura aliado ao facto de ter de deixar a panela ligada sem ninguém em casa. É claro que não deixava nem o fogão nem o forno. Mas já deixei a iogurteira porque sei que não há como queimar os iogurtes e pegar fogo à casa.

E o CrockPot é igual. Por cozinhar a baixa temperatura e tapado não há quase evaporação nenhuma e a própria água dos alimentos é suficiente para assegurar a cozedura, por isso o risco é praticamente nulo. Basta que a panela fique bem ligada, e afastada de panos, tralhas ou de outros equipamentos porque a panela aquece.

Como funciona?

Por ser um método de cozinhar as alimentos que é lento requer algum planeamento, nem que seja de véspera.

Por norma eu construo a minha ementa mensal e escolho os dias em que me dá mesmo jeito chegar a casa e ter tudo pronto, ou ficar só com massa ou arroz para cozer. Com base nisto preparo as refeições com os alimentos crus, como se estivesse a preparar para enfiar tudo num tacho só que em vez do tacho enfio tudo num saco de congelação, fecho, rótulo e congelo. Por exemplo, imagina que eu  quero fazer lombo assado (fica espetacular!), então eu pego no lombo e tempero com sal e pimenta, envolvo-o numa massa de pimentão e alho com azeite. No saco ponho uma ou duas cebolas cortadas em rodelos, folhas de louro, cenouras e o lombo temperado.

Misturo bem para os sabores do tempero passarem também para os legumes e fecho o saco. Congelo assim.

freezer-meals

No verão só tiro as refeições do congelador de manhã, para que possam descongelar durante a manhã e cozinhar da parte da tarde.

O meu CrockPot está ligado a um daqueles programadores de tomada que ligam e desligam sozinhos. São muito fáceis de usar e encontras com facilidade. Assim eu programo a hora a que ele liga e a hora a que ele desliga. Na hora de desligar eu já estou em casa, mas se posso deixar programado deixo de ter problemas se houver algum imprevisto e eu tiver de alterar os meus planos! E sempre é menos uma coisa para eu fazer! Se estiver a dar banhos não tenho de vir a correr.

No Inverno é quase a mesma coisa mas deixo as refeições a descongelar durante a noite no frigorífico. Porquê? Porque de Inverno, com o frio, as refeições demoram mais tempo a descongelar e o que acontece é que por vezes, quando é hora do CrockPot ligar, a comida ainda não está descongelada por inteiro, ou a temperatura no interior da carne é substancialmente mais baixa do que no exterior. Por uma questão de segurança alimentar convém que não existam diferenças muito substanciais entre os alimentos no processo de cozedura, e como este método cozinha os alimentos a baixas temperaturas, não temos a desculpa de que depois é fervido e morre a bicharada toda. O melhor é não criar condições para que ela se desenvolva e esta é uma forma de o fazer.

Basicamente é isto: Um CrockPot, um programador de tomada para maior autonomia, um bom planeamento de refeições e muito descanso. E não há nada como meter a chave à porta, entrar e cheirar a jantar pronto a servir!

Ideias de Refeições

No CrockPot podes fazer assados, cozidos e guisados. No caso do peixe podes também fazer peixe em papelotes para cozinhar ao vapor.

Receitas de sucesso de carne:

Carne de porco assada, carne de vaca guisada, frango estufado (podes escolher as variações que quiseres: de cerveja, com cogumelos, simples…), frango assado, bochechas de porco estufadas, coelho estufado, perú assada, strogonoff e bifinhos com cogumelos.

Receitas de sucesso de Peixe:

Preferencialmente receitas para cozinhar postas, lombos ou filetes ao vapor, em papelotes de papel de alumínio ou papel vegetal.

Rentabilizar o Investimento

O CrockPot é um auxiliar versátil. Há muitas coisas que podes fazer com ele, especialmente se estiveres por perto, para ires verificando o progresso. As ideias de refeições que te apresentei são aquelas que podem ser deixadas e fazer enquanto sais para trabalhar. Mas a verdade é que podes fazer muito mais receitas, podes fazer bolos, lasanhas e outras pastas, receitas de arroz, omoletes (à laia de tortilhas!), podes cozer pão, fazer doces de colher, sopas e compotas! E as batatas assadas!? E enquanto o CrockPot cozinha vais fazendo a tua vida ou simplesmente sentas-te a descansar!

Onde Comprar

A minha aventura com o CrockPot começou nos sabões, por ser numa panela destas que se faz sabão pelo método a quente.

Como nunca tinha visto panelas destas apontei logo para a marca que lhe dá o nome, mas como não encontrei para venda em Portugal encomendei do Reino Unido, via EBay.

Existem várias marcas e vários modelos de várias dimensões. O meu tem 6 Litros e tem o tamanho certo para assados e para boa parte das receitas que faço, porque somos 5. Mas existem modelos mais pequenos. O meu não trazia a tomada compatível com as tomadas europeias mas isso não é nada que não resolvas com um adaptador  ou se tiveres um jeitoso por perto que perceba disso, podes sempre mudar a tomada.

Em alternativa?

Eu comprei um segundo CrockPot no ALDI, igual em tamanho e muito semelhante no resto. Comprei-o por um preço baixíssimo comparado com o primeiro. Custou-me 24,99€ e é este que eu uso para fazer o sabão. Por estar em contacto com o Hidróxido de Sódio, o revestimento brilhante da cerâmica ficou um bocadinho comido, mas continua operacional. Só não o uso para fazer comida que tenha de estar em contacto com a cerâmica. Ocasionalmente uso-o para assar as batatas em papel de alumínio, ou para cozer pão em forma.

Podes sempre ficar atenta ao LIDL ou ao ALDI que costumam ter estas panelas de tempos a tempos, e se conseguires apanhar uma destas compra porque vale mesmo a pena. E se poderes fazer o investimento e mandar vir uma de fora, faz porque acredita que simplifica mesmo muito.

Uma pesquisa rápida pela internet e pelo Pinterest vai dar-te um trilião de ideias de receitas, das mais saudáveis às mais indulgentes, mas com a prática vais ver que a nossa cozinha também pode ser cozinhada à inglesa!

Agora é escolheres um método e começares a simplificar os teus finais de dia!

Para uma ajudinha extra podes contar com os meus planeadores que te vão ajudar a organizar todo este processo: desde as ementas às listas de compras, passando pelo que tens no congelador, e ainda muito mais!

Ver Planeadores

E tu? Tens dicas para partilhar comigo?

Barro Branco

As crianças adoram plasticina. É um facto.

Eu quando era criança adorava plasticina. Eu enquanto mãe tenho horror a tudo o que não sei exactamente de que é feito e que com certeza vai ser comido pelas minhas filhas. E a plasticina entra nesta categoria de coisas.

Para além de se agarrar a tudo e delas a conseguirem espalhar por todo o lado!

Há muitas receitas de massas caseiras de plasticina muito mais ligeiras e menos perigosas, mas o que tenho para te mostrar hoje é algo que vai um pouco mais além do que isso.

Aqui há tempos andava à procura de um projeto para um dia de inverno que satisfizesse os meus critérios exigentes:

1 – não fazer demasiada bagunça

2 – ser fácil de preparar e de arrumar no fim

3 – permitir que elas o façam com alguma autonomia

4 – permitir que elas se mantenham entretidas muito tempo

5 – ser o mais seguro possível (ser comestível, vá!) para eu poder estar descansada.

Como elas gostam muito de pintar e eu já tinha prometido que íamos usar as tintas, acrescentei este ponto como requisito.

E a minha escolha acabou por incidir numa espécie de barro homemade, com apenas 3 ingredientes, que se molda ou se estende como se fosse massa de bolachas, que pode ser cortada com os cortadores das bolachas, que seca rápido, que endurece e que por fim pode ser pintada.

Um projeto vencedor que permitiu mantê-las ocupadas uma boa parte da manhã, fazer uma pausa para descontrair e brincar e mudar de registo enquanto a massa secou, e retomar da parte da tarde para pintar.

A confusão é reduzida, muito menor do que fazer bolachas e requer muito menos intervenção da minha parte, e deu para as 3 participarem, o que faz com que seja um projeto abrangente para várias idades.

Massa Branca – Receita:

– 2 chávenas de bicarbonato de sódio

– 1 chávena de amido de milho (maisena)

– 1 ¼ chávenas de água (fria)

O método é simples: junta o amido e o bicarbonato numa frigideira ou num tacho, e junta-lhes a água fria. Mistura até ficar bem homogéneo o que procuras é uma mistura semelhante a leite.

Leva a lume brando (podes começar com o lume um pouco mais alto). O que vais ver é a farinha a coser e por isso vai mexendo até ficar tudo com a consistência de um puré de batata bem armado. Neste ponto a farinha vai estar bem cosida e a massa pronta.

Deixa arrefecer. Se estiver mesmo fria é mais fácil usar porque não cola nem agarra. Mas não esperes muito porque a massa seca com alguma rapidez. Não é assim logo logo, mas não dá para ficar muito tempo parada.

Agora é só deixar a criançada estender e cortar a massa com as formas que mais gostam. É a primeira parte gira da coisa. Se quiseres fazer ornamento usa uma palhinha para fazer a furação para passar os fios.

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Passada a diversão e chegada à hora da pausa técnica, deixa secar. Para efeitos mais imediatos podes usar o forno, com muita moderação a 50 ou 60ºC, mas não mais e sempre a tomar conta para não queimar.

Na hora de pintar usa guaches ou tintas acrílicas. Elas usaram o que havia por casa que era precisamente digi-tintas. Mas usaram pincéis.

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Agora é a parte divertido número 2: soltar a imaginação e pintar! É entretenimento garantido por muito tempo.

Quando for hora de acabar é só por de parte a secar a tinta.

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E fica bem giro.

Outras ideias usando esta massa:

– enfeites para a árvore de natal

– adereços para as prendas. Podes texturá-los com folhas ou outros relevos e adaptá-las a qualquer altura do ano.

– bonecos modelados

– casas “de gengibre” não comestíveis. Podes usar botões, papéis, cartões ou mesmo pintar as casas.

Até eu me entusiasmei! Ora vê a minha interpretação da ovelha do Principezinho (Antoine de Saint Exupery). Dá para ver que não me sobrou muito jeito para a pintura!

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Pronta para experimentar?

Ameixas de Elvas

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É tempo das ameixas Rainha Cláudia, o que é o mesmo que dizer que é tempo de fazer Ameixas de Elvas. As Ameixas de Elvas são tipicamente servidas com Sericaia, ou talvez seja a Sericaia que é servida com as Ameixas de Elvas.

Eu, sendo naturalmente gulosa, gosto delas só assim. A receita é simples embora seja trabalhosa de fazer, já que só está concluída ao fim de uma semana. Mas para mim vale bem a espera.

Para fazer as Ameixas de Elvas vais precisar de:

1kg de Ameixas Rainha Claúdia + 1 kg de Açucar + 50ml +1l de Água

Começa por ferver 1l de água. Quando estiver a fever junta as maiexas e deixa cozer durante 10 a 15 minutos. Retira-as da água quente e deixa-as de molho num recipiente com água fria durante 12 horas. Vai renovando a àgua das ameixas durante esse tempo.

Depois das 12 horas de espera, fazes uma calda de açucar com o açucar e os 50ml de água e deixas atingir ponto de espadana. Quando o açucar estiver no ponto deitas as ameixas escorridas e esperas que volte a ferver. Retiras do lume e guardas num recipiente de vidro ou louça.

No dia seguinte escorres a calda para um tacho e levas novamente ao lume até atingir ponto de espadana. Deitas a calda sobre as ameixas.

No dia a seguir voltas a escorrer a calda para o tacho e levas ao lume até atingir ponto assoprado. Voltas a deitar a calda nas ameixas.

Deixas ficar a repousar 3 dias e ao fim desse tempo voltas a escorrer a calda e a levá-la ao lume até atingir ponto de fio. Voltas a deitar a calda nas ameixas e deixas repousar durante 8 dias. No final do tempo escorres as ameixas da calda e deixas secar.

Depois é só fazer o gosto ao dente!